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Igreja reflete sobre sua presença nos novos meios de comunicação

A Igreja na Itália prossegue seu caminho de reflexão sobre sua presença no mundo dos novos meios de comunicação.Este itinerário começou em 2002, com o congresso "Parábolas mediáticas", e continua agora, com o congresso "Testemunhas digitais. Rostos e linguagens da era da crossmedia" (Testimoni digitali. Volti e linguaggi nell'era crossmediale), que está sendo realizado em Roma de 22 a 24 de abril.
Frente às rápidas e contínuas transformações de uma rede que chega a modelar cada vez mais nossa forma de informar-nos e comunicar-nos, a Igreja se pergunta sobre o potencial que o "continente digital" oferece também ao anúncio do Evangelho.
O encontro é promovido pela Comissão Episcopal para a Cultura e as Comunicações Sociais e organizado por diversos organismos ligados à Conferência Episcopal Italiana (CEI).
Entre as personalidades que intervirão no congresso, destacam-se: Pe. Federico Lombardi, SJ, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé; o fundador e diretor do Media Lab del Massachusetts Institute of Technology, Nicholas Negroponte; e o presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, o arcebispo Claudio Maria Celli.
O congresso concluirá com um discurso do Papa Bento XVI.
"Estamos em uma nova condição midiática, em um mundo interconectado, no qual os meios de comunicação já não são instrumentos, mas fatores do ambiente", disse o secretário-geral da CEI, Dom Mariano Crociata, em uma coletiva de imprensa para apresentar o congresso.
Por outro lado, o porta-voz da CEI, Dom Domenico Pompili, declarou que o congresso "não pretende seguir modas tecnológicas, mas se interroga sobre a maneira como a rede muda nossa forma de viver e de pensar".
A professora de Sociologia e Antropologia da Universidade Católica de Milão, Chiara Giaccardi, explicou que, para os jovens que moram nas grandes cidades, "o espaço digital se converte em uma oportunidade para alimentar relações que, de outra forma, não poderiam ser cultivadas".
Esta especialista apresentará, no congresso, a pesquisa "Relações comunicativas e afetivas dos jovens no cenário digital" (Relazioni comunicative e affettive dei giovani nello scenario digitale).
No site do congresso (www.testimonidigitali.it), é possível acompanhar ao vivo as sessões de trabalho e acessar, na seção de documentos, os materiais dos trabalhos.
Também é possível ingressar em uma community sobre temas relacionados à evolução dos meios de comunicação.
Além disso, serão publicados comentários e reações em um Talk Blog dirigido por jornalistas, professores e especialistas, e haverá links específicos também no YouTube e na comunidade aNobii.

Itália: corpo do Padre Pio vai para nova igreja

O corpo de São Pio de Pietrelcina (1887-1968) foi levado nesta segunda-feira da cripta do Santuário de San Giovanni Rotonto - cidade onde ele viveu, na província de Foggia, na região italiana de Puglia - até a igreja que leva seu nome.
Os capuchinhos escolheram para isso a data do aniversário da eleição de Bento XVI, que corresponde também com o início de seu 126° capítulo provincial.
A transferência foi autorizada pela Congregação romana para as Causas dos Santos.
A celebração começou com a oração litúrgica da hora nona, às 16h15, no santuário de Santa Maria das Graças (onde repousavam os restos mortais do santo há 42 anos), na presença do arcebispo de Manfredonia-Vieste-San Giovanni Rotondo, Dom Michele Castoro.
A procissão para a transferência propriamente dita até a igreja de São Pio de Pietrelcina começou às 16h30, após um momento de oração e algumas palavras do arcebispo.
A urna que contém as relíquias do santo foi levada por doze frades sobre um carro enfeitado com flores de diversas cores.
Dom Castoro presidiu à Eucaristia às 17h30, com a consagração do altar e a colocação da urna no pilar central da igreja, projetado por Renzo Piano.
O pilar está decorado com mosaicos do padre Ivan Marko Rupnik, com temas das vidas de Padre Pio e de São Francisco de Assis.
A nova basílica foi inaugurada por Bento XVI dia 21 de junho de 2009, durante sua visita a San Giovanni Rotondo. 
O santuário de San Giovanni Rotondo está entre os quatro mais visitados do mundo católico, depois do Vaticano, da Basílica mexicana da Virgem de Guadalupe e do Santuário de Aparecida. Recebe mais de sete milhões de fiéis por ano.
O “apóstolo do confessionário”, como era conhecido o padre Pio (seu nome de batismo era Francesco Forgione), após ingressar na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, foi ordenado sacerdote em 1910.
No convento de San Giovanni Rotondo, fundou a Casa do Alívio do Sofrimento, para acolher os mais necessitados.
Aos 31 anos, começou a experimentar o fenômeno místico dos estigmas (chagas similares às de Cristo pregado na cruz).
Os estigmas se mantiveram ao longo de sua vida. A ferida do costado, assim como outros estigmas, sangrava com frequência e ainda mais durante a Semana Santa. Nas mãos, ele as escondia sob suas luvas de lã.
Os estigmas desapareceram sem deixar marcas a 22 de setembro de 1968, um dia antes de sua morte.
Ao lado de sua reputação de santidade, também se estenderam fortes críticas contra sua pessoa e humilhações.
Foi investigado pelo Santo Oficio, motivo pelo qual durante três anos não pode celebrar missas em público. Após anos de investigação foi demonstrado que tudo era falso.
João Paulo II o beatificou em 1999 e o canonizou em 16 de junho de 2002. Sua festa litúrgica é celebrada a 23 de setembro.

Visita do Papa a Malta supera todas as expectativas

A metade da população do arquipélago de Malta saiu ao encontro de Bento XVI durante sua visita apostólica, um dado que permite compreender o efeito desta que foi sua décima quarta viajem internacional.
Em seu regresso a Roma, padre Federico Lombardi S.J,. diretor do Escritório de Informação da Santa Sé fez o seguinte balanço: “certamente foi sumamente positivo (...) diria que superou as expectativas dos organizadores malteses. Isto porque o calor da resposta, a quantidade espontânea de pessoas pelas ruas, todas tão alegres e cheias de entusiasmo, foi algo que impressionou profundamente”.
Dos cerca de 400 mil habitantes de Malta, estima-se que 200 mil estiveram presentes nas ruas para ver o Papa.
O padre Lombardi, falando aos microfones da Rádio Vaticana, atribuiu esta extraordinária participação às “raízes cristãs” do povo maltês e a sua “grande tradição católica”, que “se manifestou espontâneamente.
Com respeito ao encontro do Papa com vítimas de abuso sexual, ocorrido na Nunciatura Apostólica no domingo, padre Lombardi revelou que “a reunião foi muito simples”, “discreta” e “distante do barulho dos meios de comunicação”. Constituiu um “momento de oração”, seguido pela “escuta atenta por parte do Papa das palavras que estas pessoas queriam dizer, tudo o que sentiam em seus corações e queriam dizer ao Papa na condição de pastor e pai”.
“As respostas foram simples, muito espontâneas, compartilhando a dor, a oração, o alento e a esperança que o Papa podia transmitir a cada uma delas”. “É importante que este tenha sido um encontro no qual cada um pôde expressar o que sentia ao Papa, pois se tratava de curar feridas íntimas e muito profundas”.
“Parece-me que os testemunhos destes participantes, que quiseram falar de modo livre, foram sumamente positivos. Eu, que estava presente, pude ver que o clima era de profunda comoção, mas também muito sereno e pleno de esperança, de cura e de reconciliação”.
O diretor do “L'Osservatore Romano”, Giovanni Maria Vian, disse que “neste processo incessante de purificação, a Igreja de Roma é chamada a servir de exemplo, e é isto o que está fazendo seu bispo, desde o dia em que foi eleito como sucessor de Pedro”.
“Por esse motivo, também em Malta, Bento XVI indicou um caminho para seus fiéis e para o mundo, ao encontrar-se com as vítimas”, afirmou. “Para declarar sua vergonha e sua dor, e para assegurar que todo o possível está sendo feito para que a justiça seja estabelecida”.

Papa: cristãos devem ter coragem de falar da vida eterna

"A obediência a Deus tem a primazia" e torna o homem verdadeiramente livre, inclusive para opor-se à ditadura do conformismo. Esta foi a mensagem de Bento XVI na homilia da Missa celebrada hoje com os membros da Pontifícia Comissão Bíblica.De 12 a 16 de abril, de fato, está sendo realizado no Vaticano a plenária da Comissão, sob a presidência do cardeal Willian Levada, sobre o tema "Inspiração e verdade da Bíblia".
Segundo informou a Rádio Vaticano, o Papa, recordando as palavras de São Pedro no sinédrio, afirmou: "Deve obedecer-se antes a Deus do que aos homens. (...) E preciso sublinhar que a obediência a Deus dá a Pedro a liberdade de opor-se à suprema instituição religiosa.
"Pelo contrário, nos tempos modernos - observou Bento XVI - teorizou-se a libertação do homem, também da obediência a Deus: o homem seria livre, autônomo e nada mais."
"Mas esta autonomia - prosseguiu o Pontífice - é uma mentira, uma mentira ontológica, porque o homem não existe para si mesmo e por si mesmo; é uma mentira política e prática, porque a colaboração e a partilha das liberdades são necessárias e, se Deus não existe, se Deus não é uma instância acessível ao homem, permanece como suprema instância somente o consenso da maioria."
"Depois o consenso da maioria, torna-se a última palavra à qual devemos obedecer, e este consenso - sabemo-lo da historia do século passado - pode ser também um consenso no mal. Assim, vemos que a chamada autonomia não liberta o homem."
"As ditaduras estiveram sempre contra esta obediência a Deus", sublinhou o Papa.
"A ditadura nazista, assim como aquela marxista, não podem aceitar um Deus acima do poder ideológico e a liberdade dos mártires que reconhecem Deus... é sempre o cto da libertação, no qual chega a liberdade de Cristo a nós."
Hoje, no entanto, existem formas sutis de ditadura: "Um conformismo pelo qual se torna obrigatório pensar como pensam todos, agir como agem todos, e a sutil agressão contra a Igreja, ou também menos sutil, mostram como este conformismo pode realmente ser uma verdadeira ditadura".
"Para os cristãos - acrescentou Bento XVI -, obedecer antes a Deus do que aos homens supõe que se conheça verdadeiramente a Deus e querer verdadeiramente obedecer."
"Nós, muitas vezes, temos um pouco de medo de falar da vida eterna. Falamos das coisas que são úteis para o mundo, mostramos que o cristianismo ajuda também a melhorar o mundo, mas que a sua meta seja a vida eterna e que da meta venham depois os critérios da vida, não ousamos dizê-lo."
"Então - prosseguiu o Papa -, devemos, pelo contrário, ter a coragem, a alegria, a grande esperança de que a vida eterna existe, que é a vida verdadeira e que desta vida verdadeira vem a luz que ilumina também este mundo."
Nesta perspectiva - recolhe a Rádio Vaticano -, "a penitência é uma graça, graça que nós reconheçamos o nosso pecado, que reconheçamos que precisamos de renovação, de mudança, de uma transformação do nosso ser".
"Devo dizer que nós, cristãos, também nos últimos tempos - observou -, muitas vezes evitamos a palavra penitência, que nos parece dura demais. Agora, sob os ataques do mundo que nos falam dos nossos pecados, vemos que poder fazer penitência é graça e vemos como é necessário fazer penitência, isto é, reconhecer aquilo que está errado na nossa vida."
"Abrir-se ao perdão, preparar-se para o perdão, deixar-se transformar. A dor da penitência, isto é, da purificação e da transformação, esta dor é graça, porque é renovação, é obra da Misericórdia divina", concluiu.

Haiti: Cáritas continua a levar esperança após o terremoto

Transcorridos 3 meses desde o terremoto que devastou o Haiti em 12 de janeiro, já se verificam progressos, graças também aos esforços da Cáritas, que já atendeu mais de 1,5 milhão de sobreviventes da tragédia.
O terremoto causou 230 mil mortes, destruiu completamente a infra-estrutura do país e deixou mais de 3 milhões de desabrigados.
Membros da Cáritas de mais de 60 países atuaram nos trabalhos de suporte e de atendimento de emergência, fornecendo comida, alojamento, água potável, locais seguros para que as crianças possam brincar e estudar, além de assistência médica e psicológica.
A rede Cáritas já mobilizou mais de 10 milhões de euros para as operações no Haiti e planeja atuar na crise ao longo dos próximos 5 anos, buscando ajudar os habitantes a construir um país auto-suficiente.
A organização trabalha em cooperação com diversos organismos internacionais para fornecer alojamentos provisórios aos desabrigados, e até o momento já disponibilizou tendas para cerca de 100 mil pessoas em acampamentos improvisados.
Os projetos de assistência médica já beneficiaram mais de 350 mil haitianos. Foram construídas 25 escolas provisórias e 53 instituições de ensino receberam apoio para retomarem suas atividades. A Cáritas desenvolve também uma série de projetos de crianças e de suas famílias, separadas pelo terremoto.
A organização promoveu ainda dois encontros de agricultores, onde foram fornecidos cupons para a aquisição de sementes, fertilizantes e outros insumos agrícolas. A Cáritas atua também em conjunto com os agricultores, tendo em vista evitar a erosão do solo, promovendo o plantio de árvores frutíferas.

Desarmamento nuclear, “boa notícia” para Santa Sé

Uma “boa notícia”: com estas palavras, a Santa Sé acolheu a assinatura do Tratado de Redução de Armamentos Nucleares Estratégicos (START-2), entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia.
A assinatura do tratado aconteceu no dia 8 de abril, na sala espanhola do Castelo presidencial de Praga, onde o Papa se dirigiu ao Corpo Diplomático, no dia 26 de setembro de 2009, para exigir “novos modelos na vida pública e de solidariedade entre as nações e povos”, sem os quais o futuro da justiça, paz e prosperidade ficará sem resposta.
O Pe. Federico Lombardi, SJ, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, no editorial do último número de Octava Dies, semanário do Centro Televisivo Vaticano, considera que, do ponto de vista exposto pelo Papa, o tratado START-2 “é uma boa notícia”.
De fato, constata, “supera-se uma situação de impasse e se retoma o caminho rumo à redução e, esperamos, à eliminação dos arsenais bélicos”.
O tratado limita o número de ogivas a 1.550 e os foguetes, a 800. Supõe uma diminuição de 30% com relação ao Dsnp e de 74% com relação ao START-1.
As armas nucleares permitidas pelo tratado “são sempre suficientes para destruir o nosso planeta, mas são mais reduzidas em relação ao período de acúmulo sem limites, inútil e ilógico”.
“Falar justamente de paz, de confiança e de solidariedade quando ainda existem milhares de ogivas nucleares potentíssimas, é provavelmente muito otimista, mas se trata do caminho justo, e é urgente prosseguir nele”, reconhece o Pe. Lombardi.
Para o porta-voz, com este acordo “se torna mais crível falar de não-proliferação nuclear aos Estados com esse tipo de ambição, e será possível destinar recursos econômicos, científicos e humanos às necessidades mais urgentes da humanidade e do seu desenvolvimento”.
“Todo esforço nesta direção deve ser encorajado e a Igreja sempre apoiará os agentes de paz”, conclui.

A Igreja está com o Papa, assegura cardeal Sodano

O cardeal Ângelo Sodano, Decano do Colégio Cardinalício, em sua saudação a Bento XVI por ocasião da Páscoa, assegurou que a Igreja é particularmente solidária ao Santo Padre neste momento em que se verifica um campanha de críticas por parte dos veículos de comunicação.
No início da Missa presidida pelo Papa na praça São Pedro, o purpurado, que era também secretário de Estado vaticano, afirmou: “Estamos reunidos em torno de vós” 
“Somos profundamente gratos pela força de vontade e pela coragem apostólica com as quais anuncia o Evangelho de Cristo”, afirmou referindo-se ao Papa.
“Está com ele o povo de Deus, que não cessa de se impressionar com os rumores do momento, com as provas que por vezes atingem a comunidades dos que creem”, sublinhou.
“Com ele estão os cardeais, seus colaboradores na Cúria Romana. Com ele estão os bispos de todo o mundo, que dirigem as 3 mil circunscrições eclesiásticas do planeta. Estão particularmente com ele nestes dias os 400 mil sacerdotes que servem generosamente o povo de Deus, nas paróquias, nos oratórios, nas escolas, nos hospitais e em tantos outros ambientes, bem como nas missões pelas regiões mais remotas do mundo”.
O cardeal Sodano lembrou então as palavras do Papa, quando, na quinta-feira passada, durante a Missa para a Bênção dos Óleos Santos, descreveu a atitude de Cristo durante sua Paixão: “insultado, não respondia com insultos, maltratado, não ameaçava vingança, mas confiava naquele que julga com justiça”.
“Nesta solenidade pascoal” – concluiu o cardeal Sodano – “nós rezaremos por Vossa Santidade, para que o Senhor, Bom Pastor, continue a sustentar-vos em sua missão a serviço da Igreja e do mundo”.

Bento XVI: “O Batismo é o elixir da vida eterna”

O elixir da longa vida e da imortalidade, procurado há séculos pelo homem, existe, assegurou Bento XVI na Vigília Pascal: é o Batismo.
Na “mãe de todas as vigílias”, o Pontífice administrou este sacramento a seis catecúmenos: quatro mulheres – duas albanesas, uma somali e outra sudanesa - , um japonês e um menino russo de cinco anos de idade.
“Sim, esta é a ‘erva medicinal’ contra a morte, o verdadeiro fármaco da imortalidade de fato existe” – afirmou o Papa em sua homilia – “já foi descoberto e está disponível; no Batismo, este remédio nos é doado”.
“Uma nova vida se inicia em nós, uma vida nova que amadurece na fé e não pode ser cancelada pela morte da vida velha”, disse o Santo Padre.
A Vigília Pascoal teve início com o “lucernário” no átrio da Basílica de São Pedro, com a benção do fogo novo e o acendimento do círio pascal
Durante a homilia, o Pontífice explicou que “ainda hoje os homens continuam a buscar por tal substância curativa. Até mesmo a ciência médica moderna, ainda que não trate propriamente de eliminar a morte, busca excluir o maior número possível de suas causas, procurando fazer a vida melhor e mais longa”.
A este propósito, indagou: “Como seria na verdade, se fosse possível, ainda que não excluir totalmente a morte, adiá-la indefinidamente, alcançando uma idade de várias centenas de anos? Será que seria algo bom?”.
“A humanidade envelheceria numa medida extraordinária, e não haveria mais lugar para a juventude” – observou – “Se apagaria assim a capacidade de inovação, e uma vida interminável seria muito mais uma condenação do que um paraíso”.
“A verdadeira erva medicinal contra a morte deve ser outra” – continuou. “Não deve simplesmente produzir um prolongamento indefinido desta vida atual. Deve transformar nossa vida por dentro. Deve criar em nós uma vida nova, verdadeiramente apta à eternidade: deve nos transformar de modo que não terminemos com a morte, mas sim iniciemos em plenitude com ela”.
“Sim, a erva medicinal contra a morte existe” – concluiu. “Cristo é a árvore da vida novamente acessível. Ao segui-lo, estaremos então na vida”.

Católicos e ortodoxos revivem juntos a paixão e a morte de Jesus em Jerusalém

O Patriarca latino de Jerusalém, Sua Beatitude Fouad Twal, presidiu na manhã desta Sexta-feira Santa a celebração da Paixão de Cristo no Santo Sepulcro.
Durante o rito, esteve acompanhado do cardeal John Patrick Foley, grão-mestre da Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém, pelo bispo auxiliar recém-nomeado, Dom William Shomali, e por numerosos sacerdotes, seminaristas e fiéis.
Em seguida, numerosos grupos cristãos se reuniram para a Via Crucis, da qual também participou o Patriarca Twal. Bloqueios da polícia regularam o enorme fluxo de peregrinos.
Neste ano, católicos e ortodoxos celebram a Páscoa na mesma data. Por esse motivo, era possível ver também muitos ortodoxos da Europa Oriental, carregando cruzes ao longo do trajeto da Paixão do Senhor.
Fiéis da paróquia latina de São Salvador, acompanhados de religiosos locais e de um grande número de peregrinos, se uniram à procissão dos franciscanos, presidida pelo custódio da Terra Santa, o padre Pierbattista Pizzaballa.
A Via Crucis percorreu o Calvário para chegar à tumba vazia, onde se rezou pelas intenções de Bento XVI.
Na tarde de quinta-feira, foi realizada, conforme a tradição, a peregrinação dos franciscanos ao Cenáculo, acompanhados por fiéis de diversos países, onde foram lidas as passagens bíblicas que narram a Última Ceia, e onde se deu a cerimônia do lava-pés, com crianças da paróquia latina.
Trata-se de uma celebração muito importante, uma vez que o local, que esteve sob seus cuidados desde 1333, lhes foi tomado em 1948, e é utilizado como uma escola rabínica desde 1967. Os franciscanos só têm autorização para fazer uso do local em duas ocasiões: na Quinta-feira Santa e na véspera de Pentecostes.
As orações da Quinta-feira Santa foram concluídas em Getsêmani, com uma vigília conduzida pelos franciscanos e presidida pelo padre Pizzaballa, na qual foi lembrada a agonia de Jesus diante da rocha - onde, segundo a tradição, teria suado sangue – em meio a oliveiras milenares que testemunharam a angústia do Senhor antes de sua traição.
Após as orações, seguiu-se à procissão das velas, que, como um rio de luz, iluminou o Vale do Cedron, até chegar ao santuário de São Pedro em Gallicatu, local onde, de acordo com a tradição, o apóstolo negou Cristo por três vezes, e onde se encontrava o palácio de Caifás, que se tornou a prisão do Filho de Deus.

Bento XVI: A oração de Jesus na Última Ceia, “ato fundador da Igreja”

A oração de Jesus Cristo durante a Última Ceia constitui o “ato fundador da Igreja”, afirmou Bento XVI nesta tarde de quinta-feira na homilia da Missa na Ceia do Senhor.
O Pontífice presidiu a celebração na Catedral do Papa, a Basílica de São João de Latrão, lembrando o pedido de Cristo de rezar "pelos discípulos daquele tempo e de todos os tempos futuros”.
“Não peço somente por eles – a comunidade dos discípulos reunida no Cenáculo – mas também por aqueles que vão acreditar em Mim por meio da sua palavra, para que eles sejam todos um”, diz Jesus, que então “olha em frente para a história futura em toda a sua amplitude”, “vê os perigos dela e recomenda esta comunidade ao coração do Pai”.
Neste trecho do Evangelho de João, sublinhou o Bispo de Roma, a Igreja “aparece com as suas características essenciais: como a comunidade dos discípulos que, através da palavra apostólica, acreditam em Jesus Cristo e assim se tornam um só”.
“Jesus suplica a Igreja como una e apostólica. Assim esta oração revela-se, propriamente, um ato fundador da Igreja”. Cristo pede que “o anúncio dos discípulos continue ao longo dos tempos”, e que os que crêem “vivam na comunhão interior com Deus e com Jesus Cristo”.
Do mesmo modo, pede que “a partir deste estar interiormente na comunhão com Deus, se crie a unidade visível”, “uma unidade que ultrapasse tanto aquilo que habitualmente é possível entre os homens, que se torne um sinal para o mundo e afiance a missão de Jesus Cristo”.
Exame de consciência
A oração de Jesus, explicou Bento XVI, é uma “garantia de que o anúncio dos Apóstolos não poderá jamais cessar na história”, mas “esta oração também é sempre um exame de consciência para nós”.
“Nesta hora, o Senhor interpela-nos: vives tu, através da fé, em comunhão comigo e, deste modo, em comunhão com Deus? Ou não estarás porventura a viver mais para ti mesmo, afastando-te assim da fé? E, por isto, não serás talvez culpado da divisão que obscurece a minha missão no mundo, que fecha aos homens o acesso ao amor de Deus?”.
“Quando meditarmos na Paixão do Senhor, devemos também sentir a dor de Jesus pela facto de nos encontrarmos em contraste com a sua oração, de fazermos resistência ao seu amor; de nos opormos à unidade, que deve ser para o mundo testemunho da sua missão”.
Importância da relação
O Pontífice abordou em seguida o tema da “vida eterna” de que nos fala Jesus, explicando que com estas palavras refere-se ao “modo autêntico da vida – uma vida que é vida em plenitude e, consequentemente, livre da morte, mas que pode realmente começar já neste mundo; antes, deve ter início aqui: somente se aprendermos já agora a viver de modo autêntico, se aprendermos aquela vida que a morte não pode tirar, é que a promessa da eternidade tem sentido”.
A vida, nos lembra Cristo, é conhecer Deus e seu enviado. “Isto significa antes de mais nada: vida é relação” - comentou o Papa. “Ninguém recebe a vida de si mesmo e só para si mesmo”.
“Somente a relação com Aquele que em Si próprio é a Vida, pode sustentar a minha vida mesmo para além das águas da morte, pode conduzir-me vivo através delas”, destacou Bento XVI.
“Tornemo-nos amigos de Jesus, procuremos conhecê-Lo cada vez mais! Vivamos em diálogo com Ele! Aprendamos d’Ele a vida recta, tornemo-nos suas testemunhas!”, exortou.
A presença de Deus em meio ao seu povo, de fato, “realiza-se na incarnação do Filho”, em quem “completa-se realmente o que tivera início junto da sarça ardente: Deus enquanto Homem pode ser chamado por nós e está perto de nós. Ele é um de nós, sem deixar de ser o Deus eterno e infinito”.
“O mistério eucarístico, a presença do Senhor sob as espécies do pão e do vinho é a máxima e mais alta condensação deste novo estar-conosco de Deus”.
“Nesta hora, deve invadir-nos a alegria e a gratidão por Ele Se ter manifestado; por Ele, o Infinito e o Inacessível para a nossa razão, ser o Deus próximo que ama, o Deus que podemos conhecer e amar”. 
Após a homilia, o Santo Padre lavou os pés de doze presbíteros, repetindo o gesto de Jesus.
No momento do ofertório, os fiéis foram convidados a expressar sua solidariedade para com o seminário da diocese de Porto-Príncipe, no Haiti. As ofertas, neste Ano Sacerdotal dedicado aos presbíteros e seminaristas, ajudarão a reconstruir o seminário, destruído pelo terremoto.
Ao fim da Missa, foi realizada uma breve procissão, com a reposição do Santíssimo Sacramento ao altar da capela de São Francisco.

Campanha internacional promovida por leigos oferece apoio ao Papa e aos sacerdotes

“Sacerdotes, coragem! Nós precisamos de vocês. Confiamos em vocês. Confiamos nossos filhos a vocês”, indica uma mensagem que leigos de várias nacionalidades estão enviando aos sacerdotes e divulgando através das redes sociais da internet.
A iniciativa foi lançada nesta terça-feira pela associação E-Cristians para combater “a campanha real e muito evidente” que busca apresentar “o Papa e os sacerdotes com algo que não são”, explicou à ZENIT o presidente da associação, Josep Miró i Ardèvol.
Os idealizadores da iniciativa acreditam que “se cada leigo se mostrasse um pouco ativo, a ação teria um efeito multiplicador”, e esperam que “uma onda de confiança em nossos sacerdotes e no Papa preencha o mundo”.
“Existe uma campanha que pretende apresentar como corriqueiros fatos que são absolutamente excepcionais, manipulando e distorcendo informações”, indica uma das mensagens de apoio, que já começaram a circular na internet.
“Pensamos que este seja o momento de nós leigos manifestarmos nossa opinião, aquilo que pensamos, e a confiança que depositamos (no clero)”, explicou Miró.
“Acreditamos que esta campanha possa incidir sobre alguns sacerdotes, que se encontram inesperadamente acusados de conluio para a pratica de um crime – e de um crime muito grave”
Miró explicou que nos EUA, país com o maior número de denúncias contra sacerdotes e onde já se observa uma “transgressão da presunção da inocência”, ocorreu uma média inferior a oito casos de denúncia por ano – número que tem diminuído ao longo dos últimos anos.
“Isto num país de 300 milhões de habitantes, no qual há, apenas nas escolas católicas, cerca de 2,5 milhões de crianças”, continuou.
“Na Alemanha, 99,96% dos crimes de abuso são cometidos por leigos”, acrescentou Miró. “Mas não vi nenhum jornal mencionar esta porcentagem”.
“Ninguém tentou associar à imagem do professor uma conduta pedófila”, observou, dizendo que não se trata de um problema específico do clero.
Neste sentido, Miró referiu-se a um estudo realizado ainda em 1945 na Espanha, segundo o qual 25% das meninas e 10% dos meninos sofriam abusos por parte de seus professores.
O presidente da E-Cristians, membro do Pontifício Conselho para os Leigos, considera que a campanha difamatória do clero tenha origem principalmente em países anglo-saxões.
A este propósito, destacou como “dois veículos de comunicação particularmente importantes a BBC do Reino Unido e o New Yoork Times nos EUA”: “são os dois veículos que há anos se dedicam a atacar a Igreja, embora não sejam os únicos”.

Paquistão: primeiro canal católico de TV do país inicia transmissões

“Good News”, o primeiro canal católico de televisão via satélite do Paquistão, mantido pela arquidiocese de Karachi, iniciou transmissões regulares em 23 de março, dia em que se celebra o Dia do Paquistão em todo o país.
Participaram da cerimônia de inauguração, além de sacerdotes, irmãs e seminaristas, diversas personalidades da mídia paquistanesa, da política, além de representantes da sociedade civil. Para a ocasião, “Good News" organizou uma maratona de transmissões.
O arcebispo local, Dom Evaristo Pinto, parabenizou o diretor do canal, padre Arthur Charles, pelo “pela pequena mas enérgica equipe”, que possibilitou “este notável acontecimento”. “Bem sei do duro trabalho que empreenderam para que este pudesse ser um canal diferente de todos os outros”, reconheceu.
“Não podemos ignorar os veículos de comunicação” – declarou o prelado. “Nesta era da mídia, o Senhor nos concedeu esta oportunidade de levar sua mensagem a todos”.
“Desejamos levar amor, harmonia e fraternidade. Sim! Temos Boas Novas. Levamos a mensagem de Jesus Cristo nosso Senhor, que é para todos, e queremos divulgá-la para que as pessoas aprendam a viver em harmonia”, acrescentou.
O canal pode ser assistido no Paquistão via cabo o por satélite. O sinal de satélite cobre uma vasta área, atingindo regiões da Ásia, África, Oceania e Europa.
"Good News" se concentra no público e pretende oferecer uma programação de alta qualidade. Para isso, conta com uma equipe de jornalistas e especialistas em comunicação. Espera-se que venha a transformar gradualmente a cena informativa no Paquistão.
“Nossa programação inclui a transmissão da Missa cotidiana, da oração do Santo Rosário, documentários sobre a vida dos santos, além de notícias gerais, atualidades, programas educativos, música e entretenimento, explicou o padre Charles.
"'Good News’ não pretende ser apenas mais um canal de TV. Queremos fazer a diferença, oferecendo ao país uma programação de primeira qualidade”, continuou.
"Good News TV dará ênfase nos valores, transmitindo um conteúdo que não se encontra em outros canais televisivos”.
“Há muitos aspectos que merecem ser mencionados, mas talvez o mais importante é que o canal ajudará a reforçar a fé de nossa população, divulgando os verdadeiros ensinamentos da Igreja católica”, concluiu o padre Charles.

Reforma de Bento XVI: inovação e tradição na liturgia

Em julho de 2007, com o motu proprio “Summorum Pontificum”, Bento XVI restabeleceu a celebração da Missa segundo o rito tridentino.
O fato suscitou uma agitação. Elevaram-se vibrantes vozes de protesto, mas também aclamações valentes.
Para explicar o sentido e a prática da reforma litúrgica de Bento XVI, Nicola Bux, sacerdote e especialista em liturgia oriental, além de consultor do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, publicou o livro La riforma di Benedetto XVI. La liturgia tra innovazione e tradizione (Piemme, Casale Monferrato 2008), com prólogo de Vittorio Messori.
No livro, o especialista explica que a recuperação do rito latino não é um retrocesso, uma volta à época anterior ao Concílio Vaticano II, mas sim um olhar adiante, recuperando da tradição passada o mais belo e significativo que esta pode oferecer à vida presente da Igreja.
Segundo Bux, o que o Pontífice pretende fazer em sua paciente obra de reforma é renovar a vida do cristão, os gestos, as palavras, o tempo cotidiano, restaurando na liturgia um sábio equilíbrio entre inovação e tradição, fazendo surgir, com isso, a imagem de uma Igreja sempre em caminho, capaz de refletir sobre si mesma e de valorizar os tesouros dos quais é rico seu depósito milenar.
Para tentar aprofundar no significado e no sentido da liturgia, em suas mudanças, na relação com a tradição e no mistério da linguagem com Deus, Zenit entrevistou Nicola Bux.
-O que é a liturgia e por que ela é tão importante para a Igreja e para o povo cristão?
Bux: A sagrada liturgia é o tempo e o lugar no qual certamente Deus vai ao encontro do homem. Portanto, o método para entrar em relação com Ele é precisamente o de dar-lhe culto: Ele nos fala e nós lhe respondemos; agradecemos e Ele se comunica conosco. O culto, do latim colere – cultivar uma relação importante –, pertence ao sentido religioso do homem, em toda religião, desde os tempos mais remotos.
Para o povo cristão, a sagrada liturgia e o culto divino realizam, portanto, a relação com tudo o que existe de mais querido, Jesus Cristo Deus. O atributo “sagrada” significa que nela tocamos sua presença divina. Por isso, a liturgia é a realidade e a atividade mais importantes para a Igreja.
-Em que consiste a reforma de Bento XVI e por que ela suscitou tantas reações?
Bux: A reforma da liturgia, segundo a constituição litúrgica do Concílio Vaticano II, como instauratio, isto é, como restabelecimento no lugar correto da vida eclesial, não começa com Bento XVI, mas com a própria história da Igreja, desde os apóstolos à época dos mártires, do Papa Dâmaso até Gregório Magno, de Pio V e Pio X a Pio XII e Paulo VI.
instauratio é contínua, porque o risco de que a liturgia decaia do seu lugar, que é o de ser fonte da vida cristã, existe sempre; a decadência chega quando o culto divino é submetido ao sentimentalismo e ao ativismo pessoais de clérigos e leigos que, penetrando-o, transformam-no em obra humana e entretenimento espetacular: um sintoma hoje é, por exemplo, o aplauso na Igreja, que sublinha indistintamente o batismo de um recém-nascido e a saída de um caixão em um funeral.
Uma liturgia convertida em entretenimento não precisa de uma reforma? Isso é o que Bento XVI está fazendo: o emblema da sua obra reformadora será o restabelecimento da cruz no centro do altar, para fazer compreender que a liturgia está dirigida ao Senhor e não ao homem, ainda que este seja ministro sagrado.
A reação existe sempre em cada mudança na história da Igreja, mas não é preciso assustar-se.
-Quais são as diferenças entre os chamados inovadores e os tradicionalistas?

Bux: Estes dois termos devem antes ser esclarecidos. Se inovar significa favorecer a instauratio da qual falávamos, é precisamente o que está faltando; assim também quanto à traditio, que significa proteger o depósito revelado, sedimentado também na liturgia. Se, no entanto, inovar significa transformar a liturgia de obra de Deus em ação humana, oscilando entre um gosto arcaico, que quer conservar dela somente os aspectos que agradam, e um conformismo segundo a moda do momento, estaríamos no mau caminho. Ou ao contrário: ser conservadores de tradições meramente humanas, que se sobrepuseram como incrustação na pintura e não permitem que percebamos a harmonia do conjunto.
Na verdade, os dois opostos acabam coincidindo, revelando sua contradição. Um exemplo: os inovadores sustentam que a Missa antigamente era celebrada dirigida ao povo. Os estudos demonstram o contrário: a orientação ad Deumad Orientem, é a própria do culto do homem a Deus. Pensemos no judaísmo. Ainda hoje, todas as liturgias orientais conservam isso. Como é possível que os inovadores, amantes da restauração dos elementos antigos na liturgia pós-conciliar, não o tenham conservado?
-Que significado tem a tradição na história e na fé cristãs?
Bux: A tradição é uma das fontes da Revelação: a liturgia, como diz o Catecismo (n. 1124), é seu elemento constitutivo. Bento XVI, no livro “Jesus de Nazaré”, recorda que a Revelação se tornou liturgia. Depois, temos as tradições de fé, de cultura, de piedade que entraram e revestiram a liturgia, de maneira que conhecemos várias formas de ritos no Oriente e no Ocidente. Todos compreendem, portanto, por que a constituição sobre liturgia, no n. 22, § 3, afirma peremptoriamente: “Ninguém mais, mesmo que seja sacerdote, ouse, por sua iniciativa, acrescentar, suprimir ou mudar seja o que for em matéria litúrgica”.
-Você acha que seria possível voltar à Missa em latim hoje?
Bux: O Missal Romano renovado por Paulo VI está em latim e constitui a edição chamada típica, porque a ela devem se referir as edições em línguas atuais preparadas pelas conferências episcopais nacionais e territoriais, aprovadas pela Santa Sé. Portanto, a Missa em latim continuou sendo celebrada também com o novo Ordo, ainda que raramente. Isso acabou contribuindo para a impossibilidade de uma assembleia composta de línguas e nações participar de uma Missa celebrada na língua sagrada universal da Igreja Católica de rito latino. Assim, em seu lugar, nasceram as chamadas Missas internacionais, celebradas de forma que as partes da celebração sejam recitadas ou cantadas em muitas línguas; assim, cada grupo entende somente a sua!
Havia-se mantido que o latim não era entendido por ninguém; agora, se a Missa em um santuário é celebrada em quatro idiomas, cada grupo acaba compreendendo apenas 25% dela. Além de outras considerações, como desejou o sínodo de 2005 sobre a Eucaristia, é preciso voltar à Missa em latim: pelo menos uma dominical nas catedrais e nas paróquias. Isso ajudará, no convite à sociedade multicultural atual, a recuperar a participação católica, seja quanto a sentir-se Igreja universal, seja quanto a unir-se a outros povos e nações que compõem a única Igreja. Os cristãos nacionais, ainda dando espaço às línguas nacionais, conservaram o grego e o eslavo eclesiástico nas partes mais importantes da liturgia, como a anáfora e as procissões com as antífonas para o Evangelho e o ofertório.
Para instaurar tudo isso, contribui enormemente o antigo Ordo do Missal Romano anterior, restabelecido por Bento XVI com o motu proprio “Summorum Pontificum”, que, simplificando, chama-se Missa em latim: na verdade, é a Missa de São Gregório Magno, enquanto sua estrutura básica se remonta à época desse pontífice e permaneceu intacta através dos acréscimos e simplificações de Pio V e dos demais pontífices até João XXIII. Os padres do Vaticano II a celebraram diariamente, sem advertir nenhuma oposição com relação à modernização que estavam realizando.
-Bento XVI falou do problema dos abusos litúrgicos. De que se trata?
Bux: Para dizer a verdade, o primeiro em lamentar as manipulações na liturgia foi Paulo VI, poucos anos depois da publicação do Missal Romano, na audiência geral de 22 de agosto de 1973. Paulo VI, por outro lado, estava certo de que a reforma litúrgica realizada após o Concílio verdadeiramente havia introduzido e sustentado firmemente as indicações da constituição litúrgica (cf. Discurso ao Colégio dos Cardeais, 22 de junho de 1973). Mas a experimentação arbitrária continuava e exacerbava, no entanto, a saudade do rito antigo. O Papa, no consistório de 27 de junho de 1977, admoestava os “rebeldes” pelas improvisações, banalidades, frivolidades e profanações, pedindo-lhes severamente que se ativessem à norma estabelecida para não comprometer a regula fidei, o dogma, a disciplina eclesiástica, lex credendi orandi; e também aos tradicionalistas, para que reconhecessem a “acidentalidade” das modificações introduzidas nos ritos sagrados.
Em 1975, a bula Apostolorum Limina, de Paulo VI, para a convocação do ano santo, a propósito da renovação litúrgica, observava: “Consideramos extremamente oportuno que esta obra seja reexaminada e receba novas evoluções, de forma que, baseando-se no que foi firmemente confirmado pela autoridade da Igreja, possa-se observar em todos os lugares os que são verdadeiramente válidos e legítimos e continuar sua aplicação com zelo ainda maior, segundo as normas e métodos aconselhados pela prudência pastoral e por uma verdadeira piedade”.
Omito as denúncias de abusos e sombras na liturgia por parte de João Paulo II em muitas ocasiões, em particular na carta Vicesimus quintus annus, desde a entrada em vigor da constituição sobre liturgia. Bento XVI, portanto, pretendeu voltar a examinar e dar novo impulso precisamente abrindo uma janela com o motu proprio, para que, pouco a pouco, mude o ar e encarrilhe tudo o que foi além da intenção e da letra do Concílio Vaticano II, em continuidade com toda a tradição da Igreja.
-Você afirmou diversas vezes que, em uma liturgia correta, é necessário respeitar os direitos de Deus. Você poderia explicar isso?
Bux: A liturgia, termo que em grego indica a ação ritual de um povo que celebra, por exemplo, suas festas, como acontecia em Atenas ou como acontece ainda hoje com a inauguração das olimpíadas e outras manifestações civis, evidentemente é produzida pelo homem. A sagrada liturgia ostenta este atributo porque não está feita à nossa imagem – em tal caso, o culto seria idolátrico, isto é, criado pelas nossas mãos –, mas pelo Senhor onipotente: no Antigo Testamento, com sua presença, indicava a Moisés como ele deveria dispor, nos seus mínimos detalhes, o culto ao Deus único, junto ao seu irmão Aarão. No Novo Testamento, Jesus defendeu o verdadeiro culto, expulsando os vendedores do templo, e deu aos apóstolos as disposições para a Ceia pascal.
A tradição apostólica recebeu e relançou o mandato de Jesus Cristo. Portanto, a liturgia é sagrada, como diz o Ocidente, e é divina, como diz o Oriente, porque é instituída por Deus. São Bento a define como opus dei, obra de Deus, à qual nada deve ser anteposto. Precisamente a função mediadora entre Deus e o homem, própria do sumo sacerdócio de Cristo e exercida na e com a liturgia pelo sacerdote ministro da Igreja, testifica que a liturgia descende do céu, como diz a liturgia bizantina, baseada na imagem do Apocalipse. É Deus quem a estabelece e, portanto, indica como devemos adorá-lo “em espírito e em verdade”, isto é, em Jesus, seu Filho, e no Espírito Santo. Ele tem o direito de ser adorado como Ele quer.
Sobre tudo isso, é necessária uma profunda reflexão, porque seu esquecimento está na origem dos abusos e das profanações, já descritas admiravelmente em 2004 pela instrução Redemptionis Sacramentum, da Congregação para o Culto Divino. A recuperação do Ius divinum na liturgia contribui muito para respeitá-la como coisa sagrada, como prescreviam as normas; mas também as normas devem voltar a ser seguidas com espírito de devoção e obediência por parte dos ministros sagrados, para edificação de todos os fiéis e para ajudar muitos dos que buscam Deus a encontrá-lo vivo e verdadeiro no culto divino da Igreja.
Os bispos, sacerdotes e seminaristas devem voltar a aprender e realizar os sagrados ritos com este espírito, e assim contribuirão para a verdadeira reforma querida pelo Vaticano II e, sobretudo, para reavivar a fé que, como escreveu o Santo Padre na carta aos bispos, de 10 de março de 2009, corre o risco de apagar-se em muitos lugares do mundo.

Semana Santa do Papa ao vivo pela internet

Por ocasião da Semana Santa e da Páscoa, Pope2You (www.pope2you.net) oferece ao vivo, em vídeo, as celebrações presididas por Bento XVI.
Pela primeira vez, o site para jovens, promovido pelo Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, transmite estes eventos com comentários em 5 idiomas (espanhol, inglês, italiano, francês e alemão).
O serviço é oferecido e promovido peloCentro Televisivo Vaticano, pela Rádio Vaticano e pelo site da Santa Sé, com o apoio técnico da agência multimédia H2onews.org.
Além deste serviço, Pope2You volta a apresentar uma coleção de cartões virtuais para felicitar pela Páscoa da Ressurreição com imagens do Santo Padre, que podem ser compartilhados com os amigos através do Facebook, do e-mail ou podem ser baixados no próprio computador.

Curitiba recebe exposição sobre Santo Sudário e seus mistérios

A exposição científica sobre uma das mais intrigantes relíquias da história, o Santo Sudário, chegará a Curitiba no dia 30 março, no Palladium Shopping Center.
Entre outras atrações, estarão reunidos objetos de diversas partes do mundo, entre eles o facsímile produzido diretamente em Turim e a reconstituição artística do Homem do Sudário.
Também poderão ser vistos o holograma completo da imagem sindônica, produzido pelo cientista holandês Petrus Soons; réplicas dos flagelos, coroa de espinhos e pregos, produzidos em Israel; estudos sobre imagens florais presentes no lençol, do botânico israelense Aminoan Danim.
Painéis interativos ilustram a exposição e explicam de forma dinâmica as conclusões dos cientistas sobre o misterioso lençol. Conferências dos maiores especialistas em Sudário do mundo e visitas com guias com grupo estão previstas.
O Sudário está guardado na catedral de Turim na Itália. É um tecido muito estudo por disciplinas como arqueologia, palinologia, hematologia, medicina forense, microbiologia, história, semiótica, numismática.
Estudiosos admitem existir grande coincidência entre as marcas impressas no tecido e o que os Evangelhos relatam sobre a Paixão de Cristo.
Segundo explica o website da exposição, http://www.homemdosudario.com.br, a coincidência começa pelo fato de que o lençol foi confeccionado segundo antigas técnicas do Egito e da Síria.
Nele há diversas manchas de sangue humano do tipo AB, mais comum em judeus. A análise do sangue indicou uma substância cicatrizante do fígado - a bilirrubina - produzida quando o corpo é gravemente traumatizado. O estudo constatou também cromossomos do tipo X e Y, confirmando que seria uma pessoa do sexo masculino.
Foram descobertos também dezenas de tipos de pólens no Sudário. As espécies de plantas foram identificadas: trata-se de plantas comuns do Vale do Jordão e Mar Morto, de lugares pedregosos ou salgados e regiões desérticas.
A análise médico-forense mostra que o homem do Sudário possuía altura entre 1,75 e 1,80m, com idade estimada de 30 a 37 anos, de raça semítica. No lençol há marcas que indicam que o Homem do Sudário foi açoitado e os ângulos das feridas permitem deduzir que havia dois flageladores. Já na imagem da cabeça há cerca de quarenta feridas causadas por objetos pontiagudos. Há também marcas de feridas nas mãos e pés que coincidem com as de um homem crucificado.
Maria Aparecida de Oliveira, gerente de Marketing do Palladium Shopping Center, afirmou que é uma honra receber uma exposição de tamanha importância.
"É a primeira vez que um shopping no Brasil recebe uma exposição científica internacional de imenso valor. Ela não tem como objetivo trazer conclusões e sim reflexões sobre um tema tão polêmico”, disse.
A Exposição “Quem é o Homem do Sudário” tem abertura ao público neste dia 30 de março, no Palladium Shopping Center, Piso L3, em Curitiba.

Família: central para vida da sociedade, indica Papa


A família é fundamental para a vida de uma sociedade sadia, indicou Bento XVI ontem, ao receber no Vaticano os bispos dos países escandinavos (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia) em visita ad Limina.
Recordando o enfraquecimento da instituição do matrimônio e da compreensão cristã da sexualidade humana, defendeu o direito das crianças de serem concebidas, “trazidas ao mundo e educadas dentro do matrimônio”.
“É através da relação segura e reconhecida dos seus próprios pais que elas podem descobrir sua identidade e alcançar seu próprio desenvolvimento humano”, afirmou, citando a instrução Donum Vitae.
Neste sentido, o Papa afirmou que, “em sociedades com a nobre tradição de defender os direitos de todos os seus membros, seria de esperar que a este direito dos filhos se desse prioridade, em relação a todo e qualquer alegado direito dos adultos a impor-lhes modelos alternativos de vida familiar e sem dúvida de qualquer suposto direito ao aborto”.
Abordando depois a questão da imigração, Bento XVI pediu que se garantisse a ajuda “a esses novos membros das vossas comunidades, para aprofundarem em seu conhecimento e compreensão da fé através de programas oportunos de catequese”.
Quanto à promoção das vocações, pediu que fosse feita “tanto entre os nativos quanto entre as populações imigrantes”, já que “do coração de qualquer comunidade católica sadia, o Senhor sempre chama homens e mulheres para servi-lo” na vida consagrada.
Em um âmbito mais geral, o Papa incentivou os bispos a transmitirem a mensagem social e ética da Igreja, elogiando as diversas iniciativas levadas a cabo neste sentido. E destacou o cuidado pastoral que deve ser prestado “aos casais nos quais apenas um dos cônjuges é católico”.
Constatando que a população católica do território é pequena em número e está estendida em uma ampla região, indicou que “é muito importante que percebam que, cada vez que se reúnem em torno do altar para o sacrifício eucarístico, estão participando de um ato da Igreja universal, em comunhão com os católicos do mundo inteiro”.
Destacando a importância da atividade ecumênica, animou os prelados a dedicarem suas energias à promoção de “uma nova evangelização”, priorizando “o incentivo e apoio aos vossos sacerdotes, que frequentemente têm de trabalhar isolados uns dos outros e em circunstâncias difíceis para administrar os sacramentos ao povo de Deus”.
Também pediu que comprovassem que os candidatos ao sacerdócio “estão bem preparados para esta tarefa sagrada”.
Finalmente, solicitou que garantissem “que os fiéis leigos valorizem o que seus sacerdotes fazem por eles e lhes ofereçam o ânimo e apoio espiritual, moral e material de que precisam”.

Bento XVI presidirá tríduo pascal


O Papa presidirá o próximo tríduo pascal no Vaticano, segundo seu programa de celebrações para esta Semana Santa, divulgado hoje pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
No domingo, 28 de março, às 9h, ele abençoará os ramos de palmas e, ao finalizar a procissão, celebrará a Missa da Paixão do Senhor da Praça de São Pedro.
Nesse mesmo dia, ele participará da 25ª Jornada Mundial da Juventude, que tem como tema: “Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?” (Mc 10, 17).
No dia 1º de abril, Quinta-Feira Santa, Bento XVI presidirá – às 9h30, na Basílica Vaticana – a Santa Missa Crismal, com os cardeais, bispos e presbíteros, tanto diocesanos como religiosos, presentes em Roma.
Esta celebração tem um significado especial “como sinal da íntima comunhão entre o pastor da Igreja universal e seus irmãos no sacerdócio ministerial”, indica o comunicado.
À tarde, o Papa começará o tríduo pascal na capela papal da Basílica de São João de Latrão, às 17h30, presidindo a concelebração da Missa, na qual lavará os pés de 12 sacerdotes.
Durante o rito, os presentes serão convidados a realizar um gesto de caridade para a reconstrução do seminário de Porto Príncipe, no Haiti. O dinheiro recolhido será entregue ao Papa no momento da apresentação das oferendas.
Ao finalizar a celebração, acontecerá o translado do Santíssimo Sacramento ao tabernáculo.
Na Sexta-Feira Santa, 2 de abril, o Bispo de Roma presidirá a celebração da Paixão do Senhor: com a liturgia da Palavra, a adoração da cruz e o rito de comunhão, na capela papal da Basílica Vaticana, às 17h.
Às 21h15, presidirá a tradicional via sacra no Coliseu de Roma. Ao concluir, dirigirá sua palavra aos fiéis e dará a bênção apostólica.
No sábado, às 21h, o Pontífice abençoará o fogo novo no átrio da Basílica de São Pedro.
Depois da entrada processional na basílica, com o círio pascal e o canto do Exsultet, presidirá a liturgia da Palavra, a liturgia batismal e a liturgia Eucarística, que será concelebrada com os cardeais.
No dia seguinte, domingo de Páscoa, Bento XVI celebrará a Missa diante do sacrário da Basílica de São Pedro, às 10h15.

O papel da família no terceiro milênio


A primeira década do século XXI tem sido marcada por uma “confusão de valores e uma perda de referências”, realidade que atingiu muitas famílias. Foi o que afirmou na última quarta-feira o cardeal Marc Ouellet, arcebispo de Quebec e primaz do Canadá.
O purpurado discursou sobre o tema “O papel da família no terceiro milênio”, no congresso “Oriente e ocidente: em diálogo sobre o amor e a família”, realizado nesta semana no Instituto João Paulo II para Estudos sobre a Família e o Matrimônio da Pontifícia Universidade Lateranense de Roma.
“A humanidade vive hoje uma crise sem precedentes”, afirmou o cardeal Quellet, sublinhando alguns aspectos como a crise dos recursos naturais, o colapso financeiro, o terrorismo internacional e o relativismo moral – fenômenos, segundo ele, ligados à crise da fé. “No último século, modificou-se a imagem que o homem tem de si mesmo”, afirmou.
A crise cria também uma “confusão alimentada por uma linguagem ambígua”. Por isso, observa o purpurado, a crise atual “não é tão somente uma crise moral ou espiritual, mas principalmente antropológica, pois questiona a própria humanidade”.
Magistério e família
O purpurado lembrou como o Concílio Vaticano II foi capaz de abordar os desafios que se vislumbrava às portas do terceiro milênio. Destacou também como a Constituição Pastoral Gaudium et Spes tratou da questão da família, que deve viver “segundo a graça da semelhança trinitária”.
Da mesma forma, enfatizou a importância da família como “igreja doméstica”, afirmando que esta deve ser “recolocada no coração da Igreja”.
“A união introduz a família na relação entre Cristo e a Igreja, inaugurando uma nova dinâmica. Os cônjuges devem estar empenhados em amarem-se com Deus e em Deus”, acrescentou o purpurado.
Nutrir-se de Deus para projetar-se no mundo
O cardeal Oullet destacou como a Exortação Apostólica Familiaris Consortio de João Paulo II, publicada em 1981, constitui fruto das reflexões conduzidas durante o Concílio Vaticano II sobre a vocação e o papel da família, em especial sobre a necessidade de aprofundar o tema do homem e da mulher como seres criados à imagem e semelhança de Deus.
Recordou ainda que a vocação da família é ser “igreja doméstica”, com base nas palavras de São João Crisóstomo, que dizia “Faz de tua casa uma Igreja”, enfatizando que “há ainda muito a se descobrir neste sentido”, visto que a família não é apenas “uma imagem da Igreja, mas também uma realidade eclesial”.
No matrimônio, acrescentou o purpurado, verifica-se “a unidade do ‘nós’ não de maneira simbólica, mas real”, e os esposos “se doam e recebem a Cristo também no cotidiano”, como resultado de um “carisma de unidade, fidelidade e fecundidade”.
“O amor é o caminho da perfeição humana em Cristo”, assinalou o cardeal, mostrando como o amor conjugal representa a união de Eros e ágape. “Um amor plenamente humano, sensível, espiritual, fiel, exclusivo até a morte, que não se exaure e que continua a suscitar novas vidas”.
Um amor que, à semelhança da Trindade, “comporta em si uma abertura ao Filho, e, de maneira ainda mais profunda: o Filho e o Espírito que se doam aos esposos como fruto do amor”, uma comunhão que envolve “não apenas uma abertura ao Espírito e ao Filho, mas também à sociedade”.
Deste modo, indicou o arcebispo de Quebec, a família “participa da missão salvadora da Igreja”, de modo que tantos os esposos quanto os filhos se tornam “Focolares da comunhão interpessoal habitada por Cristo e escola de liberdade”, e assim podem “responder à confusão de valores da cultura de morte, da cultura da posse e do efêmero”.

Por uma sociedade e uma economia adequadas ao homem

Foi realizada em Milão, no dia 13 de março, no auditório Instituto Gonzaga, uma conferência promovida pela Fundação Enzo Peserico (www.ondazioneenzopeserico.org) sobre o tema “Por uma sociedade e uma economia adequadas ao homem. Reflexões acerca da Encíclica Caritas in Veritate”.
O evento abordou o tema do desenvolvimento sob a ótica da doutrina social, da caridade que não pode ser desvinculada da verdade, contrapondo a ideologia do relativismo e do materialismo, que mostra sua falência social e econômica.
Na abertura da conferência, Sabrina Pagani Peserico, presidente da Fundação e viúva de Enzo Peserico, recordou a figura de seu marido, testemunha exemplar de uma vida cristã que, em todos os contextos, seja o familiar, o social, o educacional ou o profissional, pôde demonstrar que é possível viver de acordo com os princípios do Evangelho.
Stefano Fontana, diretor do Observatório Internacional “Cardeal Van Thuân” sobre a doutrina social da Igreja, lembrou, ao abordar o tema “Liberdade e responsabilidade: a autêntica vocação da atividade econômica”, que a encíclica Caritas in Veritate é muito mais que documento sobre economia.
O Pontífice surpreendeu ao afirmar que o princípio de gratuidade e a lógica do dom, como expressões da fraternidade, podem e devem encontrar lugar dentro da atividade econômica normal (n. 36). Fontana partiu desse ponto para demonstrar a necessidade da economia estar sustentada por elementos não-econômicos.
De fato, o dom não pode ser colocado como algo alheio à atividade econômica, mas deve estar nela inserido como um princípio. Este representa a vocação da atividade econômica enquanto indica sua autêntica natureza e seus fins últimos, mas a economia não poderá reconhecê-lo e acolhê-lo se este já não estiver nela contido; não se pode desejar algo que não se conhece previamente.
Para Fontana, isto explica não apenas a natureza da relação entre a economia e a lógica do dom, mas também a da relação entre razão e fé, entre justiça e caridade. Nenhuma destas dimensões se estabelece por si, de modo independente da verdade; cada qual é constituído mediante um sentido que é derivado dos demais. Este sentido estabelecido não pode ser produzido, apenas acolhido no dom.
Fontana pôde assim atingir o âmago do ensinamento contido na Caritas in Veritate, que é precisamente a verdade e o amor. A experiência, de nossa parte, destas categorias, é de um sentido que nos é dado como dom, do qual dependem nossa identidade e dignidade.
Abre-se assim o caminho para um “posto para Deus no mundo”, à luz de uma verdade e sob o calor de um amor que desvela a verdade e a dignidade de todas as coisas – incluindo a economia.
Stefano Zamagni, professor de economia política na Universidade de Bolonha, desenvolveu o tema das “Raízes da crise e a busca pela harmonia perdida”, no qual indagou o porquê da Caritas in Veritate ser tão estudada e discutida.
Para ele, o motivo é que esta aborda com clareza os três principais paradoxos associados ao mal-estar em nossa civilização. O primeiro destes paradoxos é o de que enquanto se observa um aumento de renda, as desigualdades aumentam em maior proporção. O segundo, é que dispomos de um sistema agroalimentar capaz de sustentar 12 bilhões de pessoas enquanto ainda se morre de fome e desnutrição em larga escala. O terceiro é o paradoxo da felicidade: excedida a renda de 32 mil dólares, novos aumentos na riqueza fazem diminuir o índice de felicidade.
Tais considerações colocam em cheque a própria essência do modelo capitalista e o próprio sentido da atividade econômica. Ninguém pode prescindir da felicidade. Segundo Zamagni, a Caritas in veritate denuncia a existência de três perigosas separações. A primeira é a separação entre a economia e a sociedade. Economia tem sido, de fato, associada à produção de riqueza segundo critérios de eficiência, enquanto que a sociedade recebe a atribuição de redistribuí-la de acordo com o critério da solidariedade.
A segunda é a separação entre trabalho e riqueza. Até então, pensava-se que a riqueza derivasse do trabalho, mas hoje, com a atividade financeira e especulativa, já não se pensa assim. Assim, contraria-se a doutrina social da Igreja, para a qual o trabalho é colaboração na obra criativa de Deus.
A terceira separação é a que se estabelece entre mercado e democracia, uma vez que se considera que as leis de mercado têm sua origem no próprio mercado. Segundo Zamagni, a Caritas in Veritate indica três princípios para guiar o restabelecimento da harmonia, recompondo estas fraturas. O primeiro é o de que a fraternidade deve ser inserida no seio dos mercados, e não acrescentada como anexo. O segundo princípio é o da “liberdade para”, que coincide com o problema educativo e com a emergência educacional. O terceiro é o do bem comum, que não é um bem total, soma dos bens individuais, mas sim o produto de uma ética das virtudes.
Massimo Introvigne, sociólogo das religiões e vice-chefe da Aliança Católica Nacional, tem concluído os debates com uma palestra sobre o tema "Fé, Razão, pessoa, comunidade", percorrendo quatro aspectos da encíclica não tratados pelos oradores anteriores: a natureza e fundamento da doutrina social da Igreja; a memória da encíclica do Papa Paulo VI, Populorum Progressio; uma descrição de quão profundamente foi mudada a sociedade ao longo dos mais de quarenta anos que separam esses textos; e, finalmente, uma apresentação dos principais desafios que, no presente contexto, devem-se concentrar  as ações tomadas à luz da doutrina social da Igreja.
Denunciando os riscos do relativismo, Introvigne lembrou que defender a verdade, anunciando-a e testemunhando-a, constitui uma forma de caridade. A propósito da Populorum Progressio, Bento XVI reafirmou a necessidade de lê-la à luz da Tradição da doutrina social da Igreja.
E ao substantivo "desenvolvimento", o Pontífice assoma sempre o adjetivo "integral", para enfatizar que o desenvolvimento do qual fala a Igreja não se restringe ao desenvolvimento econômico.
Se, concomitantemente ao crescimento do produto interno de uma sociedade registra-se também um aumento no número de suicídios e abortos, ou se alastra o ateísmo, não estamos diante de um desenvolvimento autêntico. Como afirmou Bento XVI: “é preciso afirmar que hoje a questão social tornou-se radicalmente antropológica” (n. 75).
Para concluir, se excluirmos a dimensão espiritual, não lograremos superar a crise de nossos dias, nem a crise econômica, nem a crise da solidão, e o desenvolvimento integral verdadeiro não se concretizará.

Homenagem a Chiara Lubich, fundadora dos Focolares

O movimento dos Focolares celebrou o segundo aniversário da morte de sua fundadora, Chiara Lubich, falecida no dia 14 de março de 2008 em Rocca di Roma, perto de Roma.
L’Osservatore Romano dedicou vários artigos a Chiara Lubich, em suas edições dos dias 14 e 16 de março.
Em Roma, a presidente atual do movimento dos Focolares, Maria Voce, relembrou a vida de Chiara Lubich, marcada por seu grande desejo de unidade, durante um congresso organizado dia 14 de março, em Roma, para homenagear a fundadora dos Focolares.
“Celebramos uma vida, uma vida pela unidade que começou com Chiara Lubich, portadora de um evidente e grande dom de Deus, e que quis continuar levando frutos de um extremo ao outro da terra, e para benefício de toda a humanidade”, indicou Maria Voce.
“Essa vida é expressa em milhares de realizações concretas da espiritualidade da unidade que ela nos deixou”, acrescentou.
Durante o congresso, o cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Conselho Pontíficio para os Leigos, também evocou a fundadora dos Focolares como “uma figura que marcou profundamente a vida da Igreja e do mundo no século XX”.
Ela foi “um grande sinal de esperança, com os diferentes carismas concedidos pelo Espírito Santo na Igreja de hoje”, afirmou.
Uma vida com base na sabedoria e na unidade 
Por sua vez, o presidente do Conselho Pontíficio para a Cultura, Dom Gianfranco Ravasi, se deteve na “sabedoria” e na “unidade” em que se baseou a existência de Chiara Lubich.
Na missa que presidiu dia 13 de março em sua memória, evocou a sabedoria como “um grande dom de Deus que necessita da inteligência, mas sobre tudo de uma grande carga de humanidade, de uma grande capacidade para dar sentido e sabor à existência”.
Respeito à unidade, não significa somente “estar uns ao lado dos outros”, sim experimentar “que eu estou em você e você em mim, segundo diz o Evangelho”: uma unidade que é “comunhão”.
E concluiu em sua homilia com a oração de Chiara Lubich: “Te amo porque entrou na minha vida mais do que o ar em meus pulmões, mais que o sangue em minhas veias. Entrou onde ninguém podia entrar, quando ninguém podia me ajudar, cada vez que ninguém podia me consolar. Toda vez eu lia a explicação em tuas palavras, a solução em seu amor”.
Um movimento reconhecido em 1964
Nascida em Trento dia 22 de janeiro de 1920, Chiara Lubich fundou o movimento dos Focolares em 1943.
Lançado sob bombardeios da Segunda Guerra Mundial e entre os pobres de Trento, esse movimento, focado na renovação espiritual e social, começou como uma aventura que ela mesma qualificava como “aventura divina”.
Chiara Lubich não tinha mais que 23 anos quando decidiu se consagrar de maneira definitiva e total a Deus.
Seu movimento é hoje fonte de inspiração para mais de quatro milhões de pessoas, das quais mais de cem mil são membros ativos e comprometidos.
Sua influência vai além da religião católica, chegando a milhões de pessoas de diferentes Igrejas e de diferentes religiões (judeus, muçulmanos, budistas, hindus) ou de convicções não religiosas, todas aplicadas em um mesmo projeto: viver e difundir a fraternidade universal, contribuir com a edificação de uma só família humana.
Reconhecido oficialmente pelo nome de “Obra de Maria” em 1964, o movimento dos Focolares levantou um grande número de lugares de formação espiritual e social, assim como encontros ecumênicos e inter-religiosos.

A estratégia de um bispo para fazer florescer o seminário em sua diocese

“Quando cheguei à diocese de Tarazona, em 2005, encontrei um seminário quase vazio”, explicou Dom Demetrio Fernández em uma carta pastoral redigida para a ocasião do próximo Dia do Seminário, celebrado na maior parte das dioceses espanholas em 19 de março.
“Não podia me resignar a uma realidade tão humilhante, tão desencorajadora para uma diocese, e comecei orando insistentemente ao Senhor para que enviasse trabalhadores para sua messe, para que abrisse uma saída”, confessou ele.
“Pedi orações a muitos conventos de clausura de nossa diocese e de toda a Espanha” – continuou. “Pude constatar que muitos oraram pelo seminário de Tarazona”.
Após consolidar estas bases espirituais, tomou uma decisão de caráter concreto: organizar um curso de espiritualidade “para intensificar a vida espiritual dos dois seminaristas que estavam prestes a ser ordenados”.
Esta medida conferiu novos ares ao seminário de Tarazona. A partir de então, a vida no seminário passou a ser organizada no aspecto tríplice da disciplina, da espiritualidade e dos estudos.
Atualmente, 14 seminaristas estão sendo preparados para o sacerdócio, estudando no Centro Universitário de Estudos Teológicos da Imaculada, ligado à Faculdade São Damaso de Madri.
“Não procuramos por ninguém, e eis que 40 jovens bateram à nossa porta”, lembrou.
O bispo agradeceu à diocese de Tarazona por “suas orações e pelo apoio de todo tipo”, bem como a todas as pessoas que “se comprometeram com as intenções do bispo”.
 “Dentre as tribulações próprias da vida pastoral, que não foram poucas, esta foi a mais bela graça que Deus concedeu ao longo destes cinco anos para mim, para a diocese e para a Igreja”, afirmou Dom Fernández, recentemente nomeado bispo de Córdoba, diocese que conta com cerca de 50 seminaristas.
Cinco dos jovens que ingressaram no seminário de Tarazona nos últimos cinco anos já foram ordenados, e outros cinco devem ser ordenados em breve.
São parte dos 1.265 seminaristas em formação na Espanha este ano – 42 a mais que no ano anterior.
O aumento é um estímulo neste Ano Sacerdotal, especialmente considerando a tendência de diminuição registrada nos últimos nove anos.

Bispos de Hiroshima e Nagasaki pedem o fim das armas nucleares

Os bispos católicos de Hiroshima e Nagasaki – as únicas cidades a sofrerem bombardeios nucleares em tempo de guerra – exortaram os líderes mundiais a abolir as armas nucleares em todo o mundo – cujo o número, segundo eles, pode chegar à cifra de 20 mil ogivas.
Mitsuaki Takami, bispo de Nagasaki, Joseph Atsumi Misue, bispo de Hiroshima, publicaram uma declaração conjunta em 26 de fevereiro, às vésperas das reuniões da cúpula de segurança nuclear em Washington, prevista para abril, e da conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear, que será realizada em maio em Nova York.
“Como bispos da Igreja Católica de Hiroshima e de Nagasaki, no Japão, único país do mundo a ter sido alvo de ataques nucleares, pedimos que o presidente dos EUA, o governo japonês e os líderes dos demais países façam todo o possível para abolir as armas nucleares”, afirmam eles em sua declaração.
O bispo Takami nasceu em março de 1946 em Nagasaki – a segunda cidade a sofrer um bombardeio nuclear, em agosto de 1945, ao final da Segunda Guerra Mundial. Sua mãe estava grávida quando a cidade foi bombardeada, logo após Hiroshima ter sofrido o primeiro ataque.
Os prelados afirmaram que o pecado dos bombardeios atômicos sobre as duas cidades japonesas “não pode ser unicamente atribuído aos EUA”, “mas também aos demais países, incluído o Japão, que persistiram na guerra durante o curso de sua história”.
No documento, exortam os EUA a “limitarem o propósito de seu arsenal atômico unicamente para dissuadir outros de usá-las”, pedindo que seja dado “ao menos um primeiro passo” na direção da eliminação das armas nucleares e por uma revisão da Doutrina Nuclear dos EUA.
Os bispos pedem ainda ao Japão, que firmou um tratado bilateral de segurança com os EUA, que “demonstre que agirá por si mesmo pela abolição total das armas nucleares”.
O Japão, afirmam os prelados, “tem uma postura excessivamente passiva” na discussão da redução dos arsenais nucleares norte-americanos, porque o país estaria sob a proteção do “guarda-chuva” nuclear dos EUA.
Paralelamente, um grupou de nove Igrejas da Grã-Bretanha lançou uma campanha semelhante, na qual exortam o governo britânico "a empenhar-se para livrar o mundo das armas nucleares, construindo assim um futuro mais seguro para todos".
A campanha de título “Este é o momento” reuniu representantes do Conselho Mundial das Igrejas e outros organismos, com o intuito de exercer pressão sobre os governos de todo o mundo para que todo o material passível de emprego para a fabricação de armas atômicas seja colocado sob controle internacional, e favorecer acordos que tornem ilegal o uso deste tipo de armamento pela Convenção sobre as Armas Nucleares.
A aliança inclui a Igreja da Inglaterra, a Igreja Presbiteriana da Escócia, a Igreja Metodista, a União Batista da Grã-Bretanha, os Quakers, a Igreja Unida Reformada a Conferência Episcopal Católica da Inglaterra e do País de Gales e a Conferência Episcopal Católica da Escócia.

Papa faz convite a jovens: considerar a vocação

 
Bento XVI convida os jovens a colocar-se à escuta de Deus para descobrir qual é o plano pensado por Ele para as suas vidas, na Mensagem para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) deste ano, divulgada hoje.
A JMJ de 2010, cujo tema é “Bom Mestre, o que devo fazer para alcançar a vida eterna?”, supõe um acontecimento especial, afirma o Papa, ao cumprir-se o 25º aniversário da instituição destes encontros pelo Papa João Paulo II.
O Pontífice afirma que a iniciativa do seu predecessor foi “profética”, sublinhando que “trouxe frutos abundantes, permitindo às novas gerações cristãs encontrarem-se, entrarem em atitude de escuta da Palavra de Deus, de descobrir a beleza da Igreja e de viver experiências fortes de fé que levaram muitos à decisão de entregar-se totalmente a Cristo”.
O lema da JMJ deste ano se refere ao episódio do encontro de Jesus com o jovem rico, tema já abordado por João Paulo II em 1985, em sua primeira carta dirigida aos jovens.
Projeto de vida
No jovem do Evangelho, explica Bento XVI, “podemos ver uma condição muito similar à de cada um de vós”.
“Também vós sois ricos de qualidade, de energias, de sonhos, de esperanças: recursos que vós possuís em abundância! – escreve o Papa. A vossa própria idade é uma grande riqueza, não somente para vós, mas também para os outros, para a Igreja e para o mundo.”
“A etapa da vida em que estais imersos é tempo de descoberta: dos dons que Deus vos deu e das vossas responsabilidades”, recorda, acrescentando que é também “tempo de escolhas fundamentais para construir vosso projeto de vida”.
“É o momento, portanto, de interrogar-vos sobre o autêntico sentido da existência e de perguntar-vos: ‘Estou satisfeito com minha vida? Está faltando alguma coisa?’.”
O Papa reconhece que os jovens, como aquele do Evangelho, talvez vivam “situações de instabilidade, de turbação ou de sofrimento”, que os levam a “aspirar a uma vida que não seja medíocre” e a perguntar-se “em que consiste uma vida bem sucedida?” e “qual poderia ser o meu projeto de vida?”, para que esta tenha “pleno valor e sentido”.
“Não tenhais medo de enfrentar essas questões! – exorta. Longe de oprimir-vos, elas expressam as grandes aspirações que estão presentes em vosso coração.”
“Portanto – acrescenta –, devem ser ouvidas. Elas aguardam respostas que não sejam superficiais, mas capazes de atender às vossas autênticas expectativas de vida e de felicidade”.
“Para descobrir o projeto de vida que pode tornar-vos plenamente felizes, colocai-vos à escuta de Deus, que tem um plano de amor por cada um de vós”, aconselha o Papa.
“Com confiança, perguntai-lhe: ‘Senhor, qual é o vosso plano de Criador e Pai sobre a minha vida? Qual é a vossa vontade? Eu desejo realizá-la’. Tende certeza de que Ele vos responderá. Não tenhais medo da sua resposta!”
Acolher a vocação
Por ocasião do Ano Sacerdotal, o Pontífice dedicou um pensamento especial àqueles que sentem o chamado à vida consagrada.
Neste sentido, convidou os jovens a estarem “atentos se o Senhor convida para um dom maior, na via do sacerdócio ministerial, e a permanecer disponíveis para acolher com generosidade e entusiasmo este sinal de especial predileção, traçando, com a ajuda de um sacerdote, do diretor espiritual, o necessário caminho de discernimento”.
A vocação cristã “brota de uma resposta de amor do Senhor e só pode se realizar graças a uma resposta de amor”, sublinha o Papa.
“Não tenhais medo, então, queridos jovens e queridas jovens, se o Senhor vos chama à vida religiosa, monástica, missionária ou de especial consagração: Ele sabe doar profunda alegria àqueles que respondem com coragem!”
Da mesma forma, convidou os que sentem o chamado ao matrimônio a “acolhê-lo com fé, empenhando-se em colocar uma base sólida para viver um amor grande, fiel e aberto ao dom da vida, que é riqueza e graça para a sociedade e para a Igreja”.
Em todos estes casos, trata-se de responder ao projeto que Deus tem para cada um. “A exemplo de muitos discípulos de Cristo, também vós, queridos amigos, acolhei com alegria o convite para o discipulado, para viver intensamente e de modo frutífero neste mundo”, conclui o Papa.
“Nunca é tarde demais para responder-lhe!”

Adoração X Veneração





Existe uma diferença entre adoração e veneração
Nós, católicos, somos comumente acusados de adorar imagens e santos, e de sermos idólatras, entre outros. Não sei quanto a você, mas, quantas vezes, eu já me vi em situações embaraçosas com irmãos de outras denominações religiosas no que diz respeito a esse assunto. E quando não conhecemos a doutrina de nossa Igreja, é muito comum sairmos dessas situações com raiva, frustrados, ou coisa parecida.

Na verdade, nós precisamos aprender mais sobre a nossa fé. Precisamos aprender aquilo que professamos. O católico não adora imagens. O católico venera os santos. Existe uma diferença entre adoração e veneração.

Adorar = Prestar culto a...
Venerar = Reverenciar, fazer memória, ter grande respeito...


A adoração ocorre quando existe um culto no qual é envolvido um sacrifício. Se você pegar o Antigo Testamento, vai encontrar várias passagens bíblicas que mostram que quando os judeus iam adorar, ofereciam algum animal em sacrifício a Deus. Esse tipo de sacrifício é conhecido como “sacrifício cruento”, ou seja, com derramamento de sangue. Ao morrer por nós, na Cruz, Jesus se ofereceu em sacrifício por nós. Ofereceu sua Carne e o seu Sangue. Por isso, o chamamos de Cordeiro de Deus. Na celebração da santa Missa, nós renovamos (tornamos novo) esse sacrifício. Porém, no momento da Celebração Eucarística há o “sacrifício incruento”, ou seja, sem derramamento de sangue.

Quando adoramos o Santíssimo Sacramento, adoramos o próprio Corpo de Cristo, e o fazemos somente em virtude do santo sacrifício da santa Missa, por meio do qual o pão se transforma no Corpo de Cristo e o Vinho se transforma no Sangue de Nosso Senhor. É por isso que, muitas vezes, ouvimos a Igreja nos dizer que o maior culto de adoração é a santa Missa. Não existe adoração sem sacrifício.

Já a veneração é semelhante àquilo que os filhos têm para com os pais, quando pedem algo a estes, elogiando-os, agradecendo-os... Fazem isso porque admiram, respeitam e amam os pais.

Percebe a diferença?

Então quando alguém, – que não conhece o real sentido da adoração –, vê um católico venerando um santo, acaba o acusando de fazer algo a uma criatura que, segundo ele, só caberia ao Criador. Isso acontece porque eles não vivem a real dimensão da adoração.

Mas e as imagens?

No século I, não existia máquina fotográfica. Mas as pessoas gostavam de se recordar dos entes queridos. Assim como, hoje, fotografamos alguém e guardamos aquela foto. Naquela época, se reproduziam imagens, desenhos, estátuas... Era uma prática comum. De forma que esses objetos acabaram se tornando um meio de relembrar, de fazer memória a pessoas amadas e queridas. Nós, católicos, em particular, o fazemos para prestar memória àqueles homens e mulheres que viveram a radicalidade da fé: os santos. Uma fé cheia de virtudes e, muitas vezes, de martírio. Fé esta que gerou neles a santidade.

Se não podemos ter essas imagens, tampouco podemos ter fotografias de pessoas que já se foram. Duvido muito que aqueles que nos acusam de idolatria joguem fora as fotos e lembranças de pessoas queridas. Assim como duvido que eles esqueçam das virtudes dos seus...

Nós, católicos, em especial, temos e devemos ter, sem medo, imagens dos santos e das santas de Deus em nossas casas. É importante reverenciá-los, lembrando das virtudes e do amor deles por Jesus Cristo, e pedindo-lhes a intercessão junto a Deus. Afinal, eles estão no céu. Fazem parte do corpo místico da Igreja. E se você não crê na intercessão, meu amigo, não peça que ninguém reze por você.

Adorar: somente a Deus. Prestar culto: somente a Deus.
Mas venerar? Venere, sem medo, a todos os santos e santas de Deus
.

E se alguém, um dia, vier acusá-lo de idolatria ou coisa semelhante, não esquente a cabeça. Fique em paz. E lembre-se de que apenas os que participam do santo sacrifício da santa Missa é que fazem a verdadeira adoração.


Fonte:cancaonova.com

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