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Bispos de Hiroshima e Nagasaki pedem o fim das armas nucleares

Os bispos católicos de Hiroshima e Nagasaki – as únicas cidades a sofrerem bombardeios nucleares em tempo de guerra – exortaram os líderes mundiais a abolir as armas nucleares em todo o mundo – cujo o número, segundo eles, pode chegar à cifra de 20 mil ogivas.
Mitsuaki Takami, bispo de Nagasaki, Joseph Atsumi Misue, bispo de Hiroshima, publicaram uma declaração conjunta em 26 de fevereiro, às vésperas das reuniões da cúpula de segurança nuclear em Washington, prevista para abril, e da conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear, que será realizada em maio em Nova York.
“Como bispos da Igreja Católica de Hiroshima e de Nagasaki, no Japão, único país do mundo a ter sido alvo de ataques nucleares, pedimos que o presidente dos EUA, o governo japonês e os líderes dos demais países façam todo o possível para abolir as armas nucleares”, afirmam eles em sua declaração.
O bispo Takami nasceu em março de 1946 em Nagasaki – a segunda cidade a sofrer um bombardeio nuclear, em agosto de 1945, ao final da Segunda Guerra Mundial. Sua mãe estava grávida quando a cidade foi bombardeada, logo após Hiroshima ter sofrido o primeiro ataque.
Os prelados afirmaram que o pecado dos bombardeios atômicos sobre as duas cidades japonesas “não pode ser unicamente atribuído aos EUA”, “mas também aos demais países, incluído o Japão, que persistiram na guerra durante o curso de sua história”.
No documento, exortam os EUA a “limitarem o propósito de seu arsenal atômico unicamente para dissuadir outros de usá-las”, pedindo que seja dado “ao menos um primeiro passo” na direção da eliminação das armas nucleares e por uma revisão da Doutrina Nuclear dos EUA.
Os bispos pedem ainda ao Japão, que firmou um tratado bilateral de segurança com os EUA, que “demonstre que agirá por si mesmo pela abolição total das armas nucleares”.
O Japão, afirmam os prelados, “tem uma postura excessivamente passiva” na discussão da redução dos arsenais nucleares norte-americanos, porque o país estaria sob a proteção do “guarda-chuva” nuclear dos EUA.
Paralelamente, um grupou de nove Igrejas da Grã-Bretanha lançou uma campanha semelhante, na qual exortam o governo britânico "a empenhar-se para livrar o mundo das armas nucleares, construindo assim um futuro mais seguro para todos".
A campanha de título “Este é o momento” reuniu representantes do Conselho Mundial das Igrejas e outros organismos, com o intuito de exercer pressão sobre os governos de todo o mundo para que todo o material passível de emprego para a fabricação de armas atômicas seja colocado sob controle internacional, e favorecer acordos que tornem ilegal o uso deste tipo de armamento pela Convenção sobre as Armas Nucleares.
A aliança inclui a Igreja da Inglaterra, a Igreja Presbiteriana da Escócia, a Igreja Metodista, a União Batista da Grã-Bretanha, os Quakers, a Igreja Unida Reformada a Conferência Episcopal Católica da Inglaterra e do País de Gales e a Conferência Episcopal Católica da Escócia.

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